Não procuro aquela divina beleza exterior nas mulheres, também não a ofereço. Todos temos aquilo que nos é deveras necessário. Se não apresento esta beleza de carcaça, de fato, dela não preciso. Entretanto, seria hipocrisia dizer que não aprecio, mas apreciar não exerce um emprego de necessidade senão aos viciados e incontrolados; a estes, tudo é questão de necessidade.
Vivo em um mundo um tanto superficial. Talvez tu, leitor, também vivas neste mundo, mas seria pretensão em demasia da minha parte expor-te a simples verdade, não? É que, por aqui, nem sempre a verdade é bem-vinda. Acredito que, na sua ingenualidade, ela pode ferir e magoar. Contudo, não seria a verdade que iria nos libertar dos sofrimentos? Que dilema. Confio na verdade, mas ainda insisto: não é o que a maioria procura por aqui.
Um pouco de sensasionalismo pode, leitor, fazer-te mudar tuas opiniões em segundos. Se achas que queres deveras a verdade, começa a procurá-la em ti. Terias tu resignação para analisar-te? Terias tu humildade para mudar? A forma mais simples de se encontrar é de dentro para fora. Eu disse a mais simples, entretanto, a mais fácil é a que vem de fora para dentro; já vem pronta.
Inteligência, humildade, bom-humor, resignação... são algumas coisas que procuro em mulheres. Não quero bocas de plásticos, nem sombrancelhas arqueadas eternamente. Não a quero mulher do mundo, a quero minha.
Necessito daquela que seja mais completa, humana e natural. Não preciso de mulheres de plástico, sem vida. Dessas, este mundo está cheio. Quero a ímpar, a mais mulher. Quero a felicidade em palavras; a beleza em atos; sinceridade. O tempo é ladrão e rápido leva a beleza, mas o que é da alma, é eterno.
- A. Pacheco.